Atendendo aos pedidos gerais, segue meu passo a passo na Argentina, principalmente Buenos Aires, que é o destino da turma toda. Rosario e Ushuaia vou postar as principais considerações e fico devendo Mendoza. Ou melhor, as Aerolineas Argentinas ficam nos devendo Mendoza...
O que fazer
Como não fui a primeira pessoa a ir para Buenos Aires, não é difícil encontrar milhares de sites indicando opções do tipo “deve fazer” e do tipo “não deve fazer”. E é claro, quanto mais se lê e mais se pesquisa, mais confuso se fica, pois algumas pessoas vão gostar mais de uma coisa do que de outra.
Como minha ideia não era fazer o máximo de programas turísticos no menor tempo possível, e sim aproveitar a viagem e relaxar um pouco, deixo como recomendação o site “Viaje na Viagem”, principalmente o artigo “Primeira viagem a Buenos Aires: um roteiro completo”. Esse artigo é do início de 2012, mas é atualizado com frequência.
Calma, não se desespere, vou postando o que fiz, onde comi e, é claro, minhas dicas e opiniões. Também vou colocar o preço das coisas em pesos argentinos e dólares segundo a cotação oficial. Veja mais abaixo detalhes da grana.
Onde Dormir
Um site que recomendo fortemente para busca de hospedagem é o booking.com, principalmente a parte de comentários de quem já se hospedou no hotel/hostel. As hospedagens foram:
- Buenos Aires: como o Hostel Suites Florida estava cheio (uma turma do mochileiros estava indo pra lá e fiquei sem vaga), acabei por indicação fechando com o Milhouse Avenue e não me arrependi. Segundo o cara da recepção é considerado o melhor hostel do mundo (como fazem essas pesquisas eu não sei), fica localizado no centro, tem atividades turísticas e de cultura diárias (culinária, museus, tango, etc.), tem festa todos os dias (nesse ou no outro Milhouse a 2 quadras dali), mesa de sinuca, etc. Mais que recomendado, quero voltar lá. Por um custo de AR$ 60,00 (US$ 13,00) oferece quarto para oito (homens) ou seis (mulheres) pessoas com banheiro privativo, um café da manhã meio sem vergonha e lockers que cabem até você lá dentro, impressionante o tamanho. O quente aqui é a interação, todo mundo fala com todo mundo, todos amáveis, carismáticos... ótimo para se fazer amizade. Pode viajar sozinho que vale a pena.
- Rosario: fiquei inicialmente hospedado no Hostel Imara (na quadra da casa do meu tio), mas, sinceramente, não recomendo. É próximo das praias da La Florida (praias e badalações no verão), mas longe dos principais pontos turísticos e boites. O hostel é uma casa adaptada, então os quartos são minúsculos, não tem lockers e a limpeza deixou muito a desejar (do tipo achar uma barata morta no quarto e ela ficar ali por dois dias). Não bastasse tudo isso, o hostel foi reservado com bastante antecedência e isso não impediu que o proprietário marcasse com outro grupo e literalmente nos expulsasse do quarto. Sem crise, hora de escolher outro hostel e, meio que por falta de opções dado ser um “fin de semana largo”, fiquei no La Casona e Don Jaime (não o do site, mas o outro, que fica na Rocca entre a San Luiz e San Ruan). Hostel bem rastafari, quarto para 8 pessoas (AR$ 90,00 / US$ 19,00), banheiro coletivo, café da manhã bem simples e lockers de tamanho descente. Bastante coisas pra fazer (não precisa comprar os pacotes do hostel, na hora das baladas você consegue de graça), pessoal amável e pode fumar maconha dentro do hostel (fora dos quartos).
- Ushuaia: achei que tinha mandado bem escolhendo um hostel no centro, mas depois percebi que Ushuaia só tem centro... hahahaha. É difícil alguma coisa ser longe nesse lugar. O hostel escolhido foi o Antarctica Hostel, limpinho, organizado, pessoal da recepção sempre disponível para ajudar e com lavanderia por AR$ 25,00 (US$ 5,32). Por AR$ 100,00 ou US$ 21,00 a diária em quarto para 8 pessoas, oferece banheiro compartilhado e café da manhã e uma cozinha enorme, salvando grana para o turismo por aí. Recomendo.
Quanto e como levar
A Argentina é meio esquisita para consumo. Lá nem todos os lugares aceitam cartão e isso vale tanto para aquela lojinha pequena quanto para um boite, então é melhor estar preparado. Dinheiro vivo (sejam dólares, reais ou pesos argentinos) pode te salvar, além de conseguir descontos pra lá de 10% (vale a pena perguntar “quanto en efectivo?”).
Outra coisa que você vai ouvir por aí é “tudo lá é muito mais barato”. Cuidado, nem tudo, principalmente comida. Você dificilmente terá uma boa refeição por menos que AR$ 100,00 (US$ 21) e, mesmo nos restaurantes do tipo “tenedor libre” (buffet: paga um valor e come a vontade) uma refeição, um suco e os 10% de gorjeta não saem por menos de AR$ 80,00 (US$ 17). Palavras de argentino que trabalha comigo: comer no Brasil frequentemente é mais barato.
Um pouco antes de ir, todo mundo falava “traga dólares”, uma vez que, com a restrição do governo argentino à compra da moeda do Tio San, o “mercado negro” estava bem aquecido. Eu comprei pela Confidence Câmbio um cartão de débito (único que achei que se carrega direto em pesos argentinos, sem a necessidade de taxas de conversão), gastando 15 reais para confecção do cartão, como uma forma de salvaguarda caso fosse assaltado ou precisasse de mais dinheiro.
Caso seu banco tenha algum cartão de débito internacional, você está bem feito e essa vai ser sua opção primária. Itaú, HSBC e Unibanco até essa data eram os que permitiam você comprar “cositas” usando o débito. Com isso você paga 0,38% de IOF e câmbio oficial. Caso contrário, bom, aí começam os cálculos:
- Pelo cartão da Confidence ou compra de pesos em casas de câmbio, R$ 1,00 dava pra comprar AR$ 2,00 e ponto final;
- Em dólares, precisava de R$ 2,16 para comprar US$ 1,00, o que poderia ser trocado por valores entre AR$ 4,70 (câmbio oficial), AR$ 5,00 no Ushuaia, até AR$ 6,30 em Buenos Aires. Isso dá valores de AR$ 2,18, AR$ 2,31 e AR$ 2,92 por real gasto; O real em moeda era trocado por valores entre AR$ 2,30 a AR$ 2,50, podendo chegar a AR$ 2,70 em algumas ocasiões;
- Pelo cartão de crédito o peso estava R$ 0,43 que, com IOF de 6,38%, representava AR$ 2,19 para cada real. Nem tão ruim como disseram né?
O Travel Card se mostrou a pior opção, já que, além da pior taxa e o custo de confecção, não garantia o desconto nas lojas. Levar reais em espécie se mostrou uma boa alternativa, caso você não tenha tempo de ir às casas de câmbio antes de viajar.
Sempre, sempre, sempre cuidado com notas falsas. Não só com as de AR$ 100,00, mas já tive conhecidos recebendo notas de AR$ 20,00, isso mesmo, vinte pesos. Tudo bem que o prejuízo é menor, mas é bom sempre ficar ligado, como verificar a marca d’água, o número brilhoso, etc.