A região da Serra do Caparaó está localizada na divisa entre o Espírito Santo e Minas Gerais e abrange, dentre vários pontos turísticos, o Parque Nacional do Caparaó e o Pico da Bandeira, terceiro maior pico brasileiro com 2.892 metros de altitude.
Para quem pensa que ir pra região é programa de quem gosta de acampar, passar frio e caminhar muito se engana. A região conta com cachoeiras de fácil acesso, restaurantes e pousadas que oferecem toda a comodidade para que se possa gozar de alguns dias merecidos de descanso.
Como chegar?
Existem basicamente dois acessos à região, uma via BR-262, entrando à esquerda depois de Ibatiba, sentido Iúna (caminho mais rápido) ou via Alegre ? Dores do Rio Preto (caminho mais fácil).
O que fazer?
Cachoeiras, cachoeiras e mais cachoeiras: são cerca de duzentas. Caminhada para quem gosta, produtos orgânicos e muita comida caseira. Tem coisa melhor?
O Parque Nacional do Caparaó oferece além do Pico da Bandeira (e outros quatro picos) muitas cachoeiras, sendo a maioria de fácil acesso e uma natureza exuberante, mas vale uma dica: vá de carro. Para quem vai de moto (como foi o meu caso), a moto deve ficar na entrada do parque e aí são quase 4kms de subida íngreme.
Saindo do parque, vale a pena parar na Dona Sebastinada para comer um almoço reforçado. Mesmo que ela diga “só tem um cadin de cumida”, vá na fé, você vai comer até ter uma congestão.
Para quem gosta de cachoeiras, além das do parque vale a pena conhecer a Cachoeira Alta (dentro da Pousada Águas do Caparaó) e a Cachoeira do Granito (um piscinão que dá pra nadar e ficar de molho).
Vale a pena também passar na Tecnotruta, um criadouro de trutas em que se come uma comida gostosa e pode-se fazer um esquema pesque-pague, onde eles te entregam um isopor com gelo para transporte.
Onde ficar?
Recomendo ficar na Pousada Águas do Caparaó. Não é um resort em plena selva, mas a pousada conta com 7 chalés que contém uma cama de casal e tv no segundo andar, 2 camas de solteiro, banheiro e frigobar no primeiro, além da indispensável rede na varanda.
A pousada peca na falta de armários no quarto, porém as cachoeiras internas e a comida valem muito a pena. Tive o prazer de tomar um café da manhã com lichia e maracujá-doce, colhido diretamente da Mata Atlântica. Além disso, feijão e hortaliças colhidas diretamente na propriedade (sem agrotóxicos), café e mel da região e a comida bem caseira justificam qualquer esforço para chegar lá.
Resumo
O lugar é lindo e com aquele ar de “roça”, bom pra descansar e curtir a natureza, seja fazendo caminhadas no meio do mato ou tomando banho em águas cristalinas. As estradas são normalmente asfaltadas e em boas condições, ficando apenas uma observação para quem tem moto: o asfalto pode derreter e fazer você escorregar. Isso mesmo, derreter.
Não sei se na ânsia para ganhar votos ou na falta de fiscalização, as estradas feitas pelo Sr. Casagrande simplesmente derretem, fazendo pequenas corredeiras de piche. Basta topar com uma poça dessas no meio duma curva e imagine o que pode acontecer...
Outra dica fica quanto ao clima. Mesmo no verão, enquanto Vitória desfrutava de 28°C durante a noite e uma seca de mais de um mês, dormia eu de cobertor e o pessoal do acampamento do parque fugia das barracas debaixo de uma tempestade violenta e frio de 4 graus. Isso mesmo, quatro graus.