domingo, 31 de agosto de 2014

Indo para Lima (dia 1)

Preferi esticar um pouco o relato incluindo o próprio voo, pois encontrei algumas situações interessantes. Se você já está calejado de viajar para fora do Brasil, pode ser interessante pular direto ao passeio pela cidade.

Embarque internacional


A reforma (até então ainda em andamento) do aeroporto de Guarulhos deixou as coisas mais confusas, então é melhor cumprir com as duas horas de antecedência. O balcão de despacho da TAM fica numa ponta e o embarque, avisado como Terminal 1, fica no outro extremo. Porém, contudo, todavia, o trâmite aduaneiro e de passaportes é realizado no Terminal 2, então provavelmente você terá que entrar neste terminal e então acessar o seu portão.

Uma vez no terminal 2, não se assuste se você tiver a vontade de quebrar o vidro que separa o Terminal 2 do 1 para conseguir o acesso, a entrada é realmente obscura. Volte até perto da entrada e você verá uma escada esquisita com uma plaquinha do tamanho do seu polegar indicando o caminho certo.

Quanto ao Dutty Free uma dica é: anote os preços e, se for o caso, deixe pra comprar na volta. Os poucos itens que comparei (bebidas) custavam o mesmo preço em Lima (com 18% de impostos) e no Dutty Free. Interessante, né?

O voo Tam x Lima


Se você não estiver em horário de verão, a diferença de fuso horário é de duas horas para menos em Lima. Dessa forma o voo não são apenas as 04hrs e pouco que o bilhete mostra, mas sim seis horas e meia (fora os atrasos). Os aviões são os Aribus 320 e Boings 737 comuns dos voos internos, a diferença é que existe também a classe executiva. Se você não voar assim, espere todo o tipo de desconforto tradicional dos voos domésticos.

Leve a bordo tablet, jogos, livros, MP3 player ou qualquer entretenimento de sua preferência, pois a revistinha do voo demorará apenas a primeira hora para ser devorada. Também leve consigo água e comida, pois o serviço de bordo é terrível. Viajei de TAM e o lanchinho era um mero pão “amassagado” com queijo e presunto e refrigerante/suco. Acabou, não há mais serviço e também não há opção de comprar comida, como na Gol.

Recomendações na hora da compra da passagem/check in:
  • Escolher um lugar na janela do lado direito da aeronave: as paisagens são mais bonitas desse lado;
  • Caso voe de TAM, já reparei que o espaço para as pernas após a fileira 17 é um pouco melhor que nas fileiras mais à frente; e
  • Mais uma dica válida para quem voa de TAM: solicitar o lanche vegetariano. Esse lanche é composto por batata, capeletti e outra coisa não identificada, minha vizinha da Nova Zelândia não estava muito animada em conversar comigo. Mas de qualquer jeito o lanche me pareceu muito mais interessante que o comum.



O voo não é reto rumo à lima, ele faz uma curva pela Bolívia. Dessa forma, além dos Andes, há uma linda visão do lago Titikaka, garante uma boa dose de diversão e gera expectativas. Como Lima é uma cidade com clima nublado praticamente o ano inteiro, nas proximidades é possível ver um mar de nuvens com os Andes ao fundo. Sem dúvidas uma visão que não temos por aqui.

A chegada em Lima


Após atravessar uma massa de nuvens, a cidade não encanta de primeiro. A minha primeira lembrança é das reportagens de guerras árabes, onde sobrevoam aquelas cidades no meio do deserto, só que sem o sol. Preconceitos à parte, a primeira visão quando o avião chegou no pátio foi positiva: até os tratores de serviço são movidos a gás natural, o que ajuda a não poluir o ambiente. Posteriormente um taxista me avisou que o governo incentiva o uso de gás natural nos veículos, também como forma de contenção de poluentes.


O aeroporto é pequeno, então sem muita caminhada você já está carimbando o passaporte e rumando ao estacionamento atrás de um taxi. Uma dica muito importante é não trocar o dinheiro no desembarque, pois, além de uma taxa bem ruim (2,61 contra 2,76 na cidade), ainda cobram uma taxa de serviço de US$ 5,00. Leve um pouco de dólares trocados para o taxi e deixe o restante para trocar na cidade.

A saída do aeroporto é uma luta. A área é muito pequena e há muitos carros estacionados, taxistas catando passageiros, motoristas de vans esperando grupos e por aí vai. Pare, respire e se acostume, isso é Lima.

Antes de deixar sequer o taxista pegar sua mala, negocie o preço. O primeiro valor de corrida até o bairro Miraflores foi de US$ 35 e consegui baixar para US$ 25, mesmo achando este preço elevado, topei a corrida. Todos os blogs que achei datavam de 2011, então os preços em soles estavam totalmente defasados. Mas, como sou um cara muito legal, grave esse cálculo: uma corrida do hotel até o aeroporto eram s/ 45 soles, o que dá US$ 16,30. Ou seja, tente fechar até US$ 20,00.

Hospedando-se em São Paulo (dia 0)

Para aqueles que, como eu, não moram em São Paulo, Rio de Janeiro ou Rio Grande do Sul (até então as únicas cidades com voos diretos), uma boa opção é não perder o primeiro dia de viagem fazendo todos os voos (seu lugar X São Paulo X Lima), liberando assim pelo menos uma tarde para aproveitar o país novo. Pegue um voo tarde da noite a partir da sua cidade e um voo para Lima logo cedo, fazendo um pernoite na cidade. Dessa forma essa primeira perna pode ser feita após o seu trabalho.

Caso você compre todos os trechos com a mesma companhia aérea, cuidado que a mala despachada irá dormir no aeroporto e irá direto a Lima. Então escolha uma mala e cadeados bem resistentes e carregue consigo escova de dente, sabonete, remédios e outras coisas que você precisará na primeira noite (sim, eu normalmente despacho isso e me dei mal).

Hospedagem


Meu local de hospedagem em Guarulhos foi o Hotel Ibis, uma vez que tenho pontuação suficiente para uma hospedagem gratuita, mas, se você não tem essa vida boa como eu, continua sendo um hotel razoável a preços convidativos. Outro barato é o café da manhã sendo servido a partir das 04:00hs, então dá para garantir viajar com a barriga cheia.

A surpresa veio no taxi do aeroporto, mais caro que na cidade de São Paulo e tabelado. Um translado até o hotel saia a impressionantes R$ 48 reais pela tabela. Perguntei ao taxista se era isso mesmo e ele disse que essa corrida no taxímetro saia por volta de R$ 35. Acordamos que a corrida seria feita dessa forma e, claro, ele “errou” o caminho e já estava pulando para mais de R$ 50 quando percebi e perguntei do que se tratava. Aí veio o tal “tô acostumado a levar gente pra capital” e tive que morrer nos R$ 48 mesmo. Vivendo e aprendendo.

Uma boa dica aprendida posteriormente é que existe um ônibus de translado ao IBIS e Mercure pela bagatela de R$ 5 (isso, cinco reais), que sai do Terminal 2 até esses hotéis, e vice versa, a cada uma hora.

domingo, 3 de agosto de 2014

Peru e Bolívia – A preparação

E aí pessoal, tudo bem?

Segue o histórico do que fiz no Peru e Bolívia, locais, dicas, erros, acertos, etc. As cidades visitadas foram: Lima, Cusco, Águas Calientes/Machu Picchu City, Puno, La Paz e Cochabamba.

A viagem rolou de 12 a 29 de Junho de 2014, então os preços em reais, soles ou bolivianos podem não refletir necessariamente os valores atuais. Usar como base dólares é bem mais interessante para cálculo.

Também vou fazer essa página de índice, então todos os posts referentes estarão relacionados no final dessa página.

Meus favoritos


Essas são as principais páginas que pesquisei sobre a viagem e, claro, dentro delas tem links e mais links para diversas outras páginas, então leitura é que não vai faltar:

  • Condor Travel: não utilizei a agência, mas achei bastante interessante os pacotes direcionados a interesses, são muito úteis na hora de montar os roteiros;
  • Peru no Viaje Sim: boa referência para roteiros e locais a visitar, mais orientados a casais. Destaque para o post do passeio de bicicleta, que foi zenzazional;
  • Viaje na Viagem: sempre o primeiro lugar que pesquiso minhas viagens;
  • Sunday Cooks: mais referências, mais, mais, mais;
  • Idas e vindas: ajudou bastante na parte sul do Peru e norte da Bolivia (sim, o índice está no viaje na viagem);
  • Dividindo a bagagem: não li todos os posts, apenas pincelei os que precisei;
  • Peru Rail: para compra dos tickets do trem;
  • Turismo Mer: uma das melhores empresas que já fui cliente.


Fico devendo favoritos para a Bolívia, mas você pode encontrar muitas coisas nos links acima. Vou relacionar o que fiz e deixar uma boa indicação de agência de turismo.

Como ir


Basicamente existem três formas de ir:

  • Avião (lógico);
  • Trem da morte, saindo da divisa do Brasil com Bolívia, mais precisamente da cidade de Puerto Quijarro e chegando em Santa Cruz de la Sierra (ou o contrário); ou
  • Carro/moto por conta própria.

Como tenho milhas no cartão de crédito e no multiplus, não preciso nem dizer qual foi minha escolha. Viajar de graça é sempre bom... hehehehe.

Para ter uma base de cálculo: saindo numa quinta e voltando num domingo, na abertura da copa, ida e volta para o Peru foram necessários 38.000 pontos mais R$ 201,00 de taxas de aeroportos. Como mudei a passagem para retorno por Santa Cruz, esse valor foi extornado e a nova conta passou a ser 25.000 milhas (sim, Bolívia é muitíssimo mais barato para tudo).

Vale ressaltar que nem a TAM, nem a GOL operam (ou, pelo menos, operavam nessa viagem) a partir de La Paz e um voo via LAN custa muito mais que voo La Paz > Santa Cruz + um voo Santa Cruz > Brasil. Dessa forma, que tal colocar mais uma cidade no roteiro? :)

Outra coisa importante é poder pegar uma escala de um dia inteiro em Assunção, e com isso fazer mais uma passagem.

Quanto tempo ficar


Quanto tempo ficar no Peru? Pergunta difícil, por mim ficaria uns 2 anos só em Lima, de tanto que gostei da cidade e do povo de lá, mas de dois a três dias em cada cidade é o suficiente para fazer o turismo básico. Por outro lado, mais que três dias em cidades pequenas (como Cusco e Puno) parecem desnecessários.

Quanto à Bolívia, não tive exatamente boas experiências lá, então vou deixar apenas para passar meus relatos.

Qual moeda levar


Comprei dólares no Brasil a R$ 2,37, já que, até onde eu saiba, é a moeda mais aceita e isso dá uma confiança maior. Porém, como os brasileiros estão dominando o mundo, o real é bem aceito por estes países. Sem delongas, vamos aos cálculos...

Peru:

  • Um dólar em dinheiro comprou em média 2,78 soles, o que dá basicamente R$ 1,00 = s./ 1,17;
  • Um real em dinheiro comprou em média 1,13 soles;
  • Um dólar no cartão de crédito pagou em média 2,75 soles, a um custo de 2,25 reais + os 6% de IOF, o que, pelos cálculos impróprios para essa hora da noite, dá basicamente R$ 1,00 = s./ 1,15; e
  • Um nuevo sol no cartão custou em média R$ 0,805 + 6% de IOF, o que, transformando de lá pra cá, R$ 1,00 = s./1,17. O triste é fazer esse cálculo sem IOF e o cartão indicar s./ 1,24... ô dona Dilma, ajuda eu!


Falar em centavos parece pouco, mas, para cada US$ 1000,00 gastos, dá uma diferença de 40 soles, o que já é uma corrida de taxi bastante razoável (não, não sou descendente de turco).

Bolívia:

  • Um dólar em dinheiro comprou em média 6,85 bolivianos, o que dá basicamente R$ 1,00 = 2,82 Bs;
  • Um real em dinheiro comprou em média 2,40 bolivianos;
  • Fico devendo a conversão de dólares no cartão, porque isso não rolou; e
  • Um boliviano no cartão custou em média R$ 0,327 + 6% de IOF, o que, transformando de lá pra cá, R$ 1,00 = 2,88 bs.


Uma observação importantíssima é que nem todos os lugares no Peru aceitam cartão e, se aceitarem, empurram os 5% cobrados para você. Então se algo custa US$ 10,00, será passado US$ 10,50 no seu cartão, e isso muda bastante a regra do jogo quando se pensa em usar cartão de crédito. Já na Bolívia pouquíssimos lugares aceitam cartão, então é importante ter cash disponível ou peneirar lugares mais caros e que aceitem cartão (que foi o meu caso e, novamente, os 5% são passados para você).

Outras postagens


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Vamos hacer los chicos felices!


Essa é uma história daquelas que uma (quase) simples situação muda completamente a forma de pensar e torna a vida com mais sentido.

Muito tinha lido sobre passeios e lugares a conhecer em Lima, mas pouco encontrei sobre o povo que ali habita, seu jeito de ser, convenções ou informações que pudessem fazer um estereótipo do que me esperaria. Algumas poucas pessoas com quem conversei pintaram cenários negativos como pobreza, indiferença e até má educação. Como ainda era o meu primeiro dia, a postura de “turista neutro” – apesar de não gostar disso – me parecia ser a melhor ideia até sair das catacumbas da Basílica e Convento de São Francisco de Assis, quando me ocorreu a história abaixo.

Estava eu em uma ruazinha muito charmosa (Jirón Carabaya) atrás do Palácio do Governo, tirando algumas fotos do local quando, após guardar a câmera, três estudantes se aproximam, todas encolhidas de vergonha, e perguntam:

- Hola, hablas español?

- Si, claro – respondo eu. Coitadas para entender meu espanhol…

- Podemos sacar una foto con usted?

-- Pausa: nessa hora parei para analisar a situação: três garotas entre 10 e 12 anos pedindo para tirar uma foto comigo? Parece estranho...

- Ah, quieren que yo saque una foto de ustedes, es esto? – pergunto, parecia o mais sensato, talvez tenha visto eu com a câmera grande e imaginado, quem sabe, que eu saiba tirar fotos...

- Noooooo – responde a chica – nosotras queremos sacar una foto CON usted.

-- Mais uma pausa: algo muito estranho e incomum isso, mas, como havia um policial devidamente armado 
próximo do local, vamos lá...

- Si, está bien – respondo eu. Pero puedo preguntá el porque?

- Porque es hermooooooso!

Tá, me tapeia que eu gosto. Mas, enfim, vou eu tirar foto com uma das três, com a segunda das três, com a terceira das três, com a primeira de novo, com a quarta, com a quinta... Espera aí! É uma espécie de Gremilin essa turma, só que se multiplicam com fotos?

Enfim, no início fiquei um pouco apreensivo com a situação de estar rodeado de crianças, mas, como o guarda via tudo isso e ria bastante, aproveitei para tirar muitas, muitas, muitas fotos e conversar com a molecada. Achei muito interessante como elas são encantadas por estrangeiros, principalmente os europeus (me perguntaram se eu era francês) e com essa coisa de viajar o mundo.

Bom, depois de abraçar muitos chicos y chicas e fazer todas as poses possíveis e imagináveis, pedi a todos que se juntassem para uma foto. O mais interessante foi que todos fizeram essas duas filas sem briga e sem eu precisar intervir. Tirei a câmera da mochila, coloquei no tripé e depois de um “aaaaaaaaaahhhhhhhhhh” da turma, está aí o resultado.

Quanto tempo fiquei ali? Uns 40 minutos, uma hora? Não sei. Só sei que, mais que uma foto, foi o desligamento da minha mente e a abertura do meu coração para esse país que me conquistou. Depois disso percebi como as pessoas são amáveis e simpáticas e tudo é mais simples e com mais amor. Lição aprendida: não use as palavras dos outros como um escudo seu, mas sim como um chão mais firme para caminhar em busca dos seus ideais.


Bom, enfim, larguei as crianças lá, fiz sinal para o guarda “o que posso fazer?” e ele me respondeu rindo “não há o que fazer” e vou, eu com sorriso na cara, curtir a melhor viagem da minha vida – pelo menos até então.

domingo, 9 de março de 2014

Serra do Caparaó



A região da Serra do Caparaó está localizada na divisa entre o Espírito Santo e Minas Gerais e abrange, dentre vários pontos turísticos, o Parque Nacional do Caparaó e o Pico da Bandeira, terceiro maior pico brasileiro com 2.892 metros de altitude.

Para quem pensa que ir pra região é programa de quem gosta de acampar, passar frio e caminhar muito se engana. A região conta com cachoeiras de fácil acesso, restaurantes e pousadas que oferecem toda a comodidade para que se possa gozar de alguns dias merecidos de descanso.

Como chegar?



Existem basicamente dois acessos à região, uma via BR-262, entrando à esquerda depois de Ibatiba, sentido Iúna (caminho mais rápido) ou via Alegre ? Dores do Rio Preto (caminho mais fácil).

O que fazer?



Cachoeiras, cachoeiras e mais cachoeiras: são cerca de duzentas. Caminhada para quem gosta, produtos orgânicos e muita comida caseira. Tem coisa melhor?

O Parque Nacional do Caparaó oferece além do Pico da Bandeira (e outros quatro picos) muitas cachoeiras, sendo a maioria de fácil acesso e uma natureza exuberante, mas vale uma dica: vá de carro. Para quem vai de moto (como foi o meu caso), a moto deve ficar na entrada do parque e aí são quase 4kms de subida íngreme.

Saindo do parque, vale a pena parar na Dona Sebastinada para comer um almoço reforçado. Mesmo que ela diga “só tem um cadin de cumida”, vá na fé, você vai comer até ter uma congestão.

Para quem gosta de cachoeiras, além das do parque vale a pena conhecer a Cachoeira Alta (dentro da Pousada Águas do Caparaó) e a Cachoeira do Granito (um piscinão que dá pra nadar e ficar de molho).

Vale a pena também passar na Tecnotruta, um criadouro de trutas em que se come uma comida gostosa e pode-se fazer um esquema pesque-pague, onde eles te entregam um isopor com gelo para transporte.

Onde ficar?



Recomendo ficar na Pousada Águas do Caparaó. Não é um resort em plena selva, mas a pousada conta com 7 chalés que contém uma cama de casal e tv no segundo andar, 2 camas de solteiro, banheiro e frigobar no primeiro, além da indispensável rede na varanda.

A pousada peca na falta de armários no quarto, porém as cachoeiras internas e a comida valem muito a pena. Tive o prazer de tomar um café da manhã com lichia e maracujá-doce, colhido diretamente da Mata Atlântica. Além disso, feijão e hortaliças colhidas diretamente na propriedade (sem agrotóxicos), café e mel da região e a comida bem caseira justificam qualquer esforço para chegar lá.

Resumo



O lugar é lindo e com aquele ar de “roça”, bom pra descansar e curtir a natureza, seja fazendo caminhadas no meio do mato ou tomando banho em águas cristalinas. As estradas são normalmente asfaltadas e em boas condições, ficando apenas uma observação para quem tem moto: o asfalto pode derreter e fazer você escorregar. Isso mesmo, derreter.

Não sei se na ânsia para ganhar votos ou na falta de fiscalização, as estradas feitas pelo Sr. Casagrande simplesmente derretem, fazendo pequenas corredeiras de piche. Basta topar com uma poça dessas no meio duma curva e imagine o que pode acontecer...

Outra dica fica quanto ao clima. Mesmo no verão, enquanto Vitória desfrutava de 28°C durante a noite e uma seca de mais de um mês, dormia eu de cobertor e o pessoal do acampamento do parque fugia das barracas debaixo de uma tempestade violenta e frio de 4 graus. Isso mesmo, quatro graus.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Argentina, a preparação

La puente

Atendendo aos pedidos gerais, segue meu passo a passo na Argentina, principalmente Buenos Aires, que é o destino da turma toda. Rosario e Ushuaia vou postar as principais considerações e fico devendo Mendoza. Ou melhor, as Aerolineas Argentinas ficam nos devendo Mendoza...

O que fazer


Como não fui a primeira pessoa a ir para Buenos Aires, não é difícil encontrar milhares de sites indicando opções do tipo “deve fazer” e do tipo “não deve fazer”. E é claro, quanto mais se lê e mais se pesquisa, mais confuso se fica, pois algumas pessoas vão gostar mais de uma coisa do que de outra.

Como minha ideia não era fazer o máximo de programas turísticos no menor tempo possível, e sim aproveitar a viagem e relaxar um pouco, deixo como recomendação o site “Viaje na Viagem”, principalmente o artigo “Primeira viagem a Buenos Aires: um roteiro completo”. Esse artigo é do início de 2012, mas é atualizado com frequência.

Calma, não se desespere, vou postando o que fiz, onde comi e, é claro, minhas dicas e opiniões. Também vou colocar o preço das coisas em pesos argentinos e dólares segundo a cotação oficial. Veja mais abaixo detalhes da grana.

Onde Dormir


Um site que recomendo fortemente para busca de hospedagem é o booking.com, principalmente a parte de comentários de quem já se hospedou no hotel/hostel. As hospedagens foram:

  • Buenos Aires: como o Hostel Suites Florida estava cheio (uma turma do mochileiros estava indo pra lá e fiquei sem vaga), acabei por indicação fechando com o Milhouse Avenue e não me arrependi. Segundo o cara da recepção é considerado o melhor hostel do mundo (como fazem essas pesquisas eu não sei), fica localizado no centro, tem atividades turísticas e de cultura diárias (culinária, museus, tango, etc.), tem festa todos os dias (nesse ou no outro Milhouse a 2 quadras dali), mesa de sinuca, etc. Mais que recomendado, quero voltar lá. Por um custo de AR$ 60,00 (US$ 13,00) oferece quarto para oito (homens) ou seis (mulheres) pessoas com banheiro privativo, um café da manhã meio sem vergonha e lockers que cabem até você lá dentro, impressionante o tamanho. O quente aqui é a interação, todo mundo fala com todo mundo, todos amáveis, carismáticos... ótimo para se fazer amizade. Pode viajar sozinho que vale a pena.
  • Rosario: fiquei inicialmente hospedado no Hostel Imara (na quadra da casa do meu tio), mas, sinceramente, não recomendo. É próximo das praias da La Florida (praias e badalações no verão), mas longe dos principais pontos turísticos e boites. O hostel é uma casa adaptada, então os quartos são minúsculos, não tem lockers e a limpeza deixou muito a desejar (do tipo achar uma barata morta no quarto e ela ficar ali por dois dias). Não bastasse tudo isso, o hostel foi reservado com bastante antecedência e isso não impediu que o proprietário marcasse com outro grupo e literalmente nos expulsasse do quarto. Sem crise, hora de escolher outro hostel e, meio que por falta de opções dado ser um “fin de semana largo”, fiquei no La Casona e Don Jaime (não o do site, mas o outro, que fica na Rocca entre a San Luiz e San Ruan). Hostel bem rastafari, quarto para 8 pessoas (AR$ 90,00 / US$ 19,00), banheiro coletivo, café da manhã bem simples e lockers de tamanho descente. Bastante coisas pra fazer (não precisa comprar os pacotes do hostel, na hora das baladas você consegue de graça), pessoal amável e pode fumar maconha dentro do hostel (fora dos quartos).
  • Ushuaia: achei que tinha mandado bem escolhendo um hostel no centro, mas depois percebi que Ushuaia só tem centro... hahahaha. É difícil alguma coisa ser longe nesse lugar. O hostel escolhido foi o Antarctica Hostel, limpinho, organizado, pessoal da recepção sempre disponível para ajudar e com lavanderia por AR$ 25,00 (US$ 5,32). Por AR$ 100,00 ou US$ 21,00 a diária em quarto para 8 pessoas, oferece banheiro compartilhado e café da manhã e uma cozinha enorme, salvando grana para o turismo por aí. Recomendo.


Quanto e como levar


A Argentina é meio esquisita para consumo. Lá nem todos os lugares aceitam cartão e isso vale tanto para aquela lojinha pequena quanto para um boite, então é melhor estar preparado. Dinheiro vivo (sejam dólares, reais ou pesos argentinos) pode te salvar, além de conseguir descontos pra lá de 10% (vale a pena perguntar “quanto en efectivo?”).

Outra coisa que você vai ouvir por aí é “tudo lá é muito mais barato”. Cuidado, nem tudo, principalmente comida. Você dificilmente terá uma boa refeição por menos que AR$ 100,00 (US$ 21) e, mesmo nos restaurantes do tipo “tenedor libre” (buffet: paga um valor e come a vontade) uma refeição, um suco e os 10% de gorjeta não saem por menos de AR$ 80,00 (US$ 17). Palavras de argentino que trabalha comigo: comer no Brasil frequentemente é mais barato.

Um pouco antes de ir, todo mundo falava “traga dólares”, uma vez que, com a restrição do governo argentino à compra da moeda do Tio San, o “mercado negro” estava bem aquecido. Eu comprei pela Confidence Câmbio um cartão de débito (único que achei que se carrega direto em pesos argentinos, sem a necessidade de taxas de conversão), gastando 15 reais para confecção do cartão, como uma forma de salvaguarda caso fosse assaltado ou precisasse de mais dinheiro.

Caso seu banco tenha algum cartão de débito internacional, você está bem feito e essa vai ser sua opção primária. Itaú, HSBC e Unibanco até essa data eram os que permitiam você comprar “cositas” usando o débito. Com isso você paga 0,38% de IOF e câmbio oficial. Caso contrário, bom, aí começam os cálculos:
  • Pelo cartão da Confidence ou compra de pesos em casas de câmbio, R$ 1,00 dava pra comprar AR$ 2,00 e ponto final;
  • Em dólares, precisava de R$ 2,16 para comprar US$ 1,00, o que poderia ser trocado por valores entre AR$ 4,70 (câmbio oficial), AR$ 5,00 no Ushuaia, até AR$ 6,30 em Buenos Aires. Isso dá valores de AR$ 2,18, AR$ 2,31 e AR$ 2,92 por real gasto; O real em moeda era trocado por valores entre AR$ 2,30 a AR$ 2,50, podendo chegar a AR$ 2,70 em algumas ocasiões;
  • Pelo cartão de crédito o peso estava R$ 0,43 que, com IOF de 6,38%, representava AR$ 2,19 para cada real. Nem tão ruim como disseram né?


O Travel Card se mostrou a pior opção, já que, além da pior taxa e o custo de confecção, não garantia o desconto nas lojas. Levar reais em espécie se mostrou uma boa alternativa, caso você não tenha tempo de ir às casas de câmbio antes de viajar.

Sempre, sempre, sempre cuidado com notas falsas. Não só com as de AR$ 100,00, mas já tive conhecidos recebendo notas de AR$ 20,00, isso mesmo, vinte pesos. Tudo bem que o prejuízo é menor, mas é bom sempre ficar ligado, como verificar a marca d’água, o número brilhoso, etc.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Terrazas de los Andes Malbec Reserva 2009


O que eles dizem


Expressa aromas de flores de violeta recém espremidas que envolvem um profundo núcleo de compotas de conservas e ameixas maduras típicas da região Vistalba em Mendoza. Ao paladar contém notas picantes de violeta e grafite, seguido por bocados de cerejas secas e frutas frescas. O palato médio dá lugar a taninos em pó e um acabamento delicado de infusão de ervas, que aumenta a complexidade.

Escuro e ameixa, cereja preta suculenta, picante e quente; exuberância de violetas, especiarias e juvenil. Atrevido e brilante, com bom comprimento.

Temperatura: 15ºC.

Graduação alcoólica: 14,4%.

Harmonização: Churrasco, javali assado com pulenta cremosa, carne de panela, espaguete a carbonara e queijos maduros.

Valor de mercado: R$ 73,00.

O que o rótulo diz



Terrazas de los Andes elabora seus vinhos com uvas cultivadas a altura ideal, na qual cada variedade desenvolve a máxima expressão de aromas e sabores.

As uvas com que se elabora o Terrazas Reserva Malbec provêm de vinhedos especialmente cuidados nos melhores distritos de Mendoza, a 1067 metros de altitude em relação ao nível do mar.

Vinhedo: solo pouco profundo, franco-arenoso e muito permeável. Grande amplitude térmica (15ºC). Vinhedos irrigados por sistema tradicional.

Maturação: 12 meses em 80% de carvalho francês e 20% de carvalho americano, 30% novos.

Cor: vermelho-violeta muito intenso e escuro.

Aroma: muito frutado, cerejas negras, ginjas, ameixas e uvas passas juntamente com baunilha, caramelho e tostado definem um conjunto muito complexo. Sobressaem as notas florais de violetas.

Sabor: seu grande corpo e estrutura e os taninos também maduros coferem um carater jovem e suave. Nele se reconhece seu volume, oleosidade e um grande potencial de guarda.

O que eu digo



O que eu posso dizer sobre o melhor vinho que já bebi até então?

Recebi essa garrafa de presente do meu tio Carlos, em recente viagem à Argentina e, diferentemente do executado na garrafa ganha dos meus pais - a qual ficou 30 dias repousando para que o vinho desestressasse – essa a curiosidade falou mais alta e resolvi abrir a criança, acompanhando queijos e embutidos também presenteados, dessa vez pelos meus primos.

O vinho é tão encorpado que chega a ser grosso, com um sabor forte e de presença. Mesmo comendo queijos fortes, o sabor do vinho se sobressai em cada golada e continua na boca um tempo depois. Os taninos não são tão agressivos e o sabor de frutas vermelhas e flores se sobressai bastante, tornando a degustação uma atividade maravilhosa. Mais que recomendado, esse é do tipo que se deve tomar.